terça-feira, 21 de julho de 2009

Lembranças

Estes dias me chamaram pra ir passear um pouco. E eu vi que me curei do passado. Quase dois anos... mas a ferida virou cicatriz, e eu não tenho mais medo de esbarrar com o passado, não restou mágoa, nem dor...
Acho que temos que ver as experiências como coisas boas.

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Ele apareceu quando eu estava meio perdida. Era todo razão, havia pensado muito tempo em como viver, construiu seus próprios valores, era rebelde, era músico, era talentoso... mas vivia num mundo dele.
Eu era perdida, empurrada para qualquer lado, queria muito morrer, sumir, fugir... vivia também em um mundo só meu, tentava seguir certos padrões pra sobreviver, mas isso me afligia. Eu era adolescente.

Ele me viu... achou que minha tristeza era por causa do mundo e da hipocrisia, se identificou. Música. Discussões existenciais. Uma "relação intelectual".
Mas virtual! Não havia vida. Eu não conseguia ligar o rapaz das letras na tela, com aquele que falava comigo quando o via. Era estranho. Muitas teorias, e apenas teorias.
Ele dizia que me amava. Mas não podia, eu não era ninguém, logo, não podia ser amada.

Difícil separação. Eu que não tinha fortes idéias pegava as dele pra mim... pensamentos, teorias, objetivos, músicas, roupas... tudo! Ele tinha tantos argumentos!
Quando eu olhava no espelho, era ele quem eu via, e eu tive que parar.
Despedida e vazio. Mas descobri que eu tinha que saber quem de fato era eu. E descobri!

Até que foram anos produtivos.
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Ele achou que eu era como ele, mas descobri, que embora o mundo esteja feio mesmo, até que tem coisas bonitas por aí..."a felicidade até existe". Aquela tristeza era com o que estava dentro e não fora de mim. Ele pensou que tinha me desvendado, eu pensei que ele tinha razão. Mas não era isso não...
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Foi com a distância que eu descobri que eu gosto mesmo é do gosto... e que amar é simples e complexo de uma tal maneira, que não adiantam teorias, filosofias ou mesmo poesias...

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Era isso que eu sentia:

E tudo que realmente quero é um pouco de paciência
Um modo de acalmar a voz de ódio
E tudo que realmente quero é liberdade

E o que eu não daria para encontrar uma alma gêmea
Alguém para entender isso
E o que eu não daria para encontrar alguém como eu
Basta sobre mim, vamos falar de você por um minuto
Basta sobre você, vamos falar da vida por um momento
Os conflitos, as loucuras e o som das pretensões caindo
Por todos os lados... todos os lados
...
E tudo que preciso agora é uma relação intelectual
Uma alma com quem eu possa ir mais fundo
...
E tudo o que eu realmente quero é uma sintonia
Tudo que realmente quero é algum conforto
Uma maneira de desatar minhas mãos
E tudo que realmente quero é alguma justiça...
Alanis
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Hoje eu sei que ir mais fundo depende de muito mais que palavras.
Acho que hoje ele também deve saber.

E o que posso dizer é o HOJE é bem melhor que o ONTEM.

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